sábado, 30 de outubro de 2010

OBJETOS

Os objetos são mediadores de nossa relação com o ambiente que nos cerca. Eles são documentos, pois contam a nossa trajetória no mundo. Museus, lojas, armários, gavetas só existem porque o homem criou uma infinidade de utensílios – nossa civilização caracteriza-se “[...] pela fabricação dos elementos que nos cercam.” (MOLES, 1972, p. 9).                        
Segundo Molles (1972), o objeto pode ser definido como algo que está fora de nós e pode ser percebido com os sentidos; não é natural, mas fabricado pelo homem; é independente e móvel (no sentido de transportável); no que diz respeito às suas dimensões, o objeto está em uma escala inferior a do homem e por ele pode ser manipulado.
Hoje, conseguimos conhecer e estudar as sociedades primitivas que, ao contrário das que vieram posteriormente não deixaram documentos escritos, através dos objetos que produziram. E quanto a nós? Que tipo de vestígios materiais estamos deixando para as futuras gerações? 
" Desfazendo a idéia, herdada desde a Revolução Francesa, com origens na Grécia Clássica, de que o patrimônio está ligado ao conceito de belo, simétrico, perfeito e ao qual se atribui algum valor [...], como produto das atividades humanas, o lixo passa a ser nomeado patrimônio cultural, que será herdado pelas gerações futuras." O lixo pode ser entendido como um "documento não-intencional", mas que, conforme Le Goff, "são monumentos, obras que mudam a paisagem e narram a história cotidiana de uma sociedade." (VALDUGA; OLIVEIRA, 2010). 

Referências:
MOLES. Abraham A. Semiologia dos objetos. Petrópolis: Vozes, 1972. p. 9-87
VALDUGA, Vânia; OLIVEIRA, Lizete Dias de. Patrimônio: o Lixo. In: Jornadas Mercosul: memória, ambiente e patrimônio, 2010, Canoas. Pôster.

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