segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A INSUSTENTABILIDADE DO CONSUMISMO

Falar de sustentabilidade virou moda. Usar a sustentabilidade como bandeira para vender produtos, virou moda, tendo-se tornado uma estratégia comum adotada por muitas empresas. A sustentabilidade não pode ser apenas uma palavra que está na moda, mas terá de ser, antes de mais nada, uma atitude de respeito pelo ambiente e pelos outros!

O termo sustentabilidade, ou mais propriamente, desenvolvimento sustentável, apareceu em 1987 no relatório Brundtland (O Nosso Futuro Comum), definido assim: “O desenvolvimento sustentável é aquele que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”.

Hoje em dia, são inúmeras as definições. De um modo geral, todas elas abarcam três componentes essenciais: o ambiente, a sociedade e a economia. Se o ambiente não for são, a sociedade não poderá ser sã, e se a sociedade não for sã, a economia também não o poderá ser. Mas a sustentabilidade não se pode limitar a uma definição inter-geracional, pois há que ter em conta que também se aplica intra-geracionalmente: não é sustentável que uma parte da população deste planeta consuma desenfreadamente, gastando excessivamente recursos e produzindo demasiado lixo, enquanto outra parte da população vive abaixo do limiar da pobreza, em estado de fome crônica, vendo familiares e amigos sucumbir diariamente por falta de alimento ou de condições sanitárias básicas.

A pegada ecológica, que exprime a área da superfície terrestre produtiva para produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos gerados por um indivíduo, uma comunidade, um país, ou mesmo para a população mundial, é uma forma de termos uma ideia da insustentabilidade da nossa atuação. 

Face à população existente, a pegada ecológica média que nos cabe é de 2,0 hectares por pessoa; no entanto, a pegada ecológica média estimada na terra é de 2,9 hectares por pessoa. Estamos usando mais de 45% da superfície da terra e oceanos para produzir o que consumimos e depositar o lixo que produzimos do que o que ela pode sustentar. E a isto acrescem as disparidades que vão desde os 12,5 hectares por pessoa nos EUA (e mais em outros países) até aos 0,6 hectares por pessoa em Bangladesh.

Alcançar um mundo sustentável depende de todos nós, de estarmos esclarecidos e de esclarecermos que o caminho que a economia global tem seguido é errado. O caminho para a sustentabilidade tem de passar não só pelo respeito pelo ambiente e equilíbrio dos ecossistemas, mas também pela justiça social e pela distribuição equitativa de recursos. Há que mudar de rumo, e esta mudança implica uma ação individual e coletiva na redução do consumo e na redução da produção de resíduos.

Um comentário:

  1. Rompimento da Barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues |cidade de Mariana (MG)

    Veja aqui o registro histórico: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rompimento_de_barragem_em_Mariana

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