terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O ACIDENTE NA HUNGRIA E O RISCO NA AMAZÔNIA

Na tarde de 4 de outubro, moradores de três povoados da Hungria foram surpreendidos por uma avalanche arrasadora: mais de 100 milhões de litros de uma lama vermelha se espraiaram por uma área de 40 quilômetros. A enxurrada atingiu dois metros de altura, arrastando o que havia pelo caminho, afogando nove pessoas, ferindo outras 150 e destruindo um bairro inteiro em Kolontar, além de muitas casas nas outras duas pequenas cidades.

De imediato o rio Marçal morreu: todas as formas de vida que ele continha, animais e vegetais, foram exterminadas. A lama chegou até o Danúbio, o segundo maior rio da Europa. Quando as turmas de socorro e salvamento chegaram à área atingida, o panorama sugeria uma paisagem marciana; tudo estava tingido de vermelho.

O acontecimento quase não repercutiu no Brasil, indiferença estranha para o país que é o terceiro maior produtor de alumina do mundo. Menos aceitável foi o silêncio dos paraenses. A 50 quilômetros de Belém funciona a maior fábrica de alumina do mundo, a Alunorte.

A Alunorte também despeja num reservatório semelhante o rejeito da lavagem química do minério de bauxita, da qual resulta a alumina, de aparência semelhante ao açúcar. Submetida a um processo eletrolítico, a alumina se transforma em metal, o alumínio. O Pará tem o ciclo completo da produção no seu território, desde a bauxita (suas jazidas são as terceiras maiores do mundo) até o metal de alumínio (a fábrica da Albrás, vizinha da Alunorte, é a maior do continente e a terceira do mundo).


A matéria de Lúcio Flávio Pinto pode ser acessada na íntegra em: http://colunistas.yahoo.net/posts/6151.html

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